terça-feira, 10 de julho de 2007

Da Chegada do Amor (Elisa Lucinda)


*Essa sim sou eu de verdade, no mais íntimo do meu "eu". Cada palavra desses versos relata exatamente o que eu sinto e o que eu sou! Parece que foi escrito por mim....rsssssss.....


Sempre quis um amor que falasse

que soubesse o que sentisse.


Sempre quis uma amor que elaborasse

Que quando dormisse

ressonasse confiança no sopro do sono

e trouxesse beijo no clarão da amanhecice.


Sempre quis um amor que coubesse no que me disse.

Sempre quis uma meninice

entre menino e senhor

uma cachorrice

onde tanto pudesse a sem-vergonhice do macho

quanto a sabedoria do sabedor.


Sempre quis um amor cujo

BOM DIA!

morasse na eternidade de encadear os tempos:

passado presente futuro

coisa da mesma embocadura

sabor da mesma golada.


Sempre quis um amor de goleadas

cuja rede complexa do pano de fundo dos seres não assustasse.


Sempre quis um amor que não se incomodasse

quando a poesia da cama me levasse.


Sempre quis um amor que não se chateasse diante das diferenças.

Agora, diante da encomenda

metade de mim rasga afoita o embrulho

e a outra metade é o futuro de saber o segredo que enrola o laço,

é observar o desenho do invólucro e compará-lo

com a calma da alma o seu conteúdo.

Contudo sempre quis um amor que me coubesse futuro

e me alternasse em menina e adulto

que ora eu fosse o fácil, o sério

e ora um doce mistério

que ora eu fosse medo-asneira

e ora eu fosse brincadeira

ultra-sonografia do furor,


Sempre quis um amor que sem tensa-corrida-de ocorresse.


Sempre quis um amor que acontecesse sem esforço

sem medo da inspiração por ele acabar.


Sempre quis um amor de abafar,

(não o caso)

mas cuja demora de ocaso

estivesse imensamente nas nossas mãos.

Sem senãos.


Sempre quis um amor com definição de quero

sem o lero-lero da falsa sedução.

Eu sempre disse não à constituição dos séculos

que diz que o "garantido" amor é a sua negação.


Sempre quis um amor que gozasse

e que pouco antes de chegar a esse céu se anunciasse.


Sempre quis um amor que vivesse a felicidade

sem reclamar dela ou disso.


Sempre quis um amor não omisso

e que suas estórias me contasse.


Ah, eu sempre quis uma amor que amasse.

Nenhum comentário: