sábado, 31 de março de 2007

Espelho


Sou só um garoto

cheio de dúvidas

metido a perfeito


te vejo brilhando

e chamo pra dança

te escolho pra espelho


Não gosto de mim

sou falho, sou homem

e tu linda mulher


prefiro te ver

ter de mim meu amor

e o que mais tu quiser


mas a grande questão

mais do que a vida

e mais do que a morte


é não saber o porque

de um garoto confuso

merecer tanta sorte


de te ter só pra mim

de contigo dormir

e contigo acordar


e de sorrir e sofrer

por te amar e poder

por ti sonhar e esperar

sexta-feira, 30 de março de 2007

Saudades


Sinto falta, saudades

Saudades dos seus lábios

Do seu nariz, que muitas vezes me fez esquimó

Sinto falta,

Todos os dias dessas longas semanas que passo

Desses longos dias que não passam

Que não passam de distração

Só para eu me esquecer de você

Do seu olhar seguro

Que se desaba em sorrisos

Sempre de cinco em cinco segundos

Do seu corpo grandioso, todo

Das suas pernas e braços fortes

Da sua pele lisa e linda

De se ver e de tocar

Do seu pé, que gosta do meu

Do seu arrepio, daqueles beijos

Naqueles lugares só nossos

Da sua barriguinha que eu adoro

Mas não dá, não adianta

Eu não me esqueço, mas sinto falta

Saudade, falta

Falta você nos meus dias

Falta seu pé, seu sorriso

Só não falta a sua voz

Até a sua voz...

Que não me canso de ouvir

De me orgulhar, de contar aos amigos

Só tenho a sua voz nos meus dias

Sua voz e o frio na barriga

Ai que saudades do seu pé...

terça-feira, 27 de março de 2007

Namorados




Quisera eu sentir teus lábios dia a dia


quisera ter a tua pele neste ensejo


como um poeta faz da vida poesia


faria deles, juntos aos meus, em um só beijo




percorreria com astúcia a tão macia


encontraria tua mão para um cortejo


e se, enfim, conquistasse a primazia


conquistaria esse meu máximo desejo




então me deito toda noite em pensamento


sonhos de descontentamento


e um dia inteiro a lamentar




a saudade que não cessa, só aumenta


eu te amo e esse amor me alimenta


eu te amo e o que eu mais quero é te amar.


Pessoa Errada (Luiz Fernando Veríssimo)


Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.

Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.

Porque a pessoa certa faz tudo certinho.

Chega na hora certa,

Fala as coisas certas,

Faz as coisas certas,

Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.

Aí é a hora de procurar a pessoa errada.

A pessoa errada te faz perder a cabeça

Fazer loucuras

Perder a hora

Morrer de amor

A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar

Que é pra na hora que vocês se encontrarem

A entrega ser muito mais verdadeira

A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa

Essa pessoa vai te fazer chorar

Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas

Essa pessoa vai tirar seu sono

Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível

Essa pessoa talvez te magoe

E depois te enche de mimos pedindo seu perdão

Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado

Mas vai estar 100% da vida dela esperando você

Vai estar o tempo todo pensando em você.

A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo

Porque a vida não é certa

Nada aqui é certo

O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo.

Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo,conseguindo.

E só assim é possível chegar àquele momento do dia

Em que a gente diz:

"Felizmente deu tudo certo "

Na verdade é o que precisamos:

Encontrar a pessoa errada

Pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito....

segunda-feira, 26 de março de 2007

Mil Pedaços (Renato Russo)


Eu não me perdi e mesmo assim você me abandonou

Você quis partir e agora estou sozinho

Mas vou me acostumar com o silêncio em casa

com um prato só na mesa

Eu não me perdi o Sândalo perfuma o machado que feriu

Adeus adeus adeus meu grande amor

E tanto faz de tudo o que ficou guardo um retrato teu

E a saudade mais bonita

Eu não me perdi e mesmo assim ninguém me perdoou

Pobre coração - quando o teu estava comigo era tão bom.

Não sei por quê acontece assim e é sem querer

O que não era pra ser:

Vou fugir dessa dor.

Meu amor, se quiseres voltar - volta não

Porque me quebraste em mil pedaços.

domingo, 25 de março de 2007

Mesmo Sozinho (Nando Reis)


Uh... baby!

Porque você foi pra tão longe?

Não precisava tanto

Bastava só não telefonar


Uh... baby, baby, baby, baby!

O que aconteceu?

O ar não foi suficiente?

Você não viu, você sumiu

Mudou de lugar

No mais, estou vivendo normalmente

Não vou ficar pensando

Se tivesse sido o contrário


Estou feliz

Mesmo sozinho

Esse silêncio é paz

Nesse momento cai

Uma forte chuva

E quem vai ficar chorando?


Uh... baby!

Sabe do que eu sinto saudades?

Do seu sorriso de manhã

E do quarto tão desarrumado


Uh... baby, baby!

Saiba que eu gosto muito de você

Espero que esteja feliz

E bem acompanhada


Normal, estou vivendo, simplesmente

Não vou ficar pensando

Se tivesse sido contrário


Eu estou feliz

Mesmo sozinho

Esse silêncio é paz

Nesse momento cai

Uma forte chuva

Quem vai ficar chorando?

Luz do Sol (Fa-tal Gal a Todo Vapor)


Música-Tema da Bartucada e do Carnaval de Diamantina.... BOM DEMAIS!!!! Muitos não sabem de onde veio o famoso refrão tão cantado:

"Eu sou o Sol, ela é a Lua

Quando eu chego em casa

Ela já foi pra rua - 'vagabunda' (p os homens) ou 'ela tá certa' (p as mulheres)"

Bem, pra quem não sabe, aí vai, grande Gal Costa, composição de Carlos Pinto:


"Desta vez você chegou e arrebatou

Alegria e calma do meu lar

Desta vez você chegou e arrebatou

Alegria e calma do meu lar


Quando estiver assim não me apareça

Saia desapareça

Não me chegue assim desapareça

Saia desapareça da minha vista


Apareça como a luz do sol

Batendo na porta do meu lar

Apareça como a luz do sol

Batendo na porta do meu lar


Quero ver de novo a luz do sol

Quero ver de novo a luz do sol

Que me brilha ascende

Aquece e me queima

Batendo na porta do meu lar


Eu sou o sol

Ela é a lua

Quando eu chego em casa

Ela já foi pra rua


Quero ver de novo a luz do sol

Quero ver de novo a luz do sol

Quero ver de novo a luz do sol

Quero ver de novo a luz do sol"

Amei-te e por te Amar... (Fernando Pessoa)


Amei-te e por te amar

Só a ti eu não via...

Eras o céu e o mar,

Eras a noite e o dia...

Só quando te perdi

É que eu te conheci...


Quando te tinha diante

Do meu olhar submerso

Não eras minha amante...

Eras o Universo...

Agora que te não tenho,

És só do teu tamanho.


Estavas-me longe na alma,

Por isso eu não te via...

Presença em mim tão calma,

Que eu a não sentia.

Só quando meu ser te perdeu


Vi que não eras eu.

Não sei o que eras. Creio

Que o meu modo de olhar,

Meu sentir meu anseio

Meu jeito de pensar...

Eras minha alma, fora

Do Lugar e da Hora...


Hoje eu busco-te e choro

Por te poder achar

Não sequer te memoro

Como te tive a amar...

Nem foste um sonho meu...

Porque te choro eu?


Não sei...

Perdi-te, e és hoje

Real no [...] real...

Como a hora que foge,

Foges e tudo é igual

A si-próprio e é tão triste

O que vejo que existe.


Em que és [...] fictício,

Em que tempo parado

Foste o (...) cilício

Que quando em fé fechado

Não sentia e hoje sinto

Que acordo e não me minto...


[...] tuas mãos, contudo,

Sinto nas minhas mãos,

Nosso olhar fixo e mudo

Quantos momentos vãos

Pra além de nós viveu

Nem nosso, teu ou meu...


Quantas vezes sentimos

Alma nosso contacto

Quantas vezes seguimos

Pelo caminho abstrato

Que vai entre alma e alma...

Horas de inquieta calma!


E hoje pergunto em mim

Quem foi que amei, beijei

Com quem perdi o fim

Aos sonhos que sonhei...

Procuro-te e nem vejo

O meu próprio desejo...


Que foi real em nós?

Que houve em nós de sonho? De que

Nós fomos de que voz

O duplo eco risonho

Que unidade tivemos?

O que foi que perdemos?


Nós não sonhamos.

Eras Real e eu era real.

Tuas mãos - tão sinceras...

Meu gesto - tão leal...

Tu e eu lado a lado...

Isto... e isto acabado...


Como houve em nós amor

E deixou de o haver?

Sei que hoje é vaga dor

O que era então prazer...

Mas não sei que passou

Por nós e acordou...


Amamo-nos deveras?

Amamo-nos ainda?

Se penso vejo que eras

A mesma que és... E finda

Tudo o que foi o amor;

Assim quase sem dor.


Sem dor...

Um pasmo vago

De ter havido amar...

Quase que me embriago

De mal poder pensar...

O que mudou e onde?

O que é que em nós se esconde?


Talvez sintas como eu

E não saibas senti-o...

Ser é ser nosso véu

Amar é encobri-o,

Hoje que te deixei

É que sei que te amei...


Somos a nossa bruma...

É pra dentro que vemos...

Caem-nos uma a uma

As compreensões que temos

E ficamos no frio

Do Universo vazio...


Que importa?

Se o que foi

Entre nós foi amor,

Se por te amar me dói

Já não te amar, e a dor

Tem um íntimo sentido,

Nada será perdido...


E além de nós, no Agora

Que não nos tem por véus

Viveremos a Hora

Virados para Deus

E n'um (...) mudo

Compreenderemos tudo.

sábado, 24 de março de 2007

"Northern Lad" (Tori Amos)


Had a northern lad

Well not exactly had

He moved like the sunset

God who painted that

First he love my accent

How his knees could bend

I thought we'd be ok

Me and my molasses

But I feel someting is wrong

But I fell this cake just isn't done

Don't say that you Don't

And if you could see me now

Said if you could see me now

Girls you've got to know

When it's time to turn the page

When you're only wet

Because of the rain

He don't show much these days

It's gets so fucking cold

I loved his secret places

But I can't go anymore

"you change like sugar cane"

Says me northern lad

I guess you go too far

When pianos try to be guitars

I feel the west in you

And I feel it falling apart too

Don't say that you Don't

And if you could see me now

Said if you could see me now

Girls you've got to know

When it's time to turn the page

When you're only wet

Because of the rain

When you're only wet

Because of the rain

sexta-feira, 23 de março de 2007

Ilusões da Vida


Será que alguém sentirá minha falta?

Será que alguém irá chorar por mim?

Nos momentos de alegria, lembrar o quanto eu gostaria de estar presente

E nos momentos de tristeza, pensar em o quanto era feliz em minha companhia?

Será que eu estarei em algum coração como um bom pensamento?

Será que eu trarei lágrimas a alguém?

Não lágrimas de uma cicatriz aberta, mas lágrimas de uma lembrança gostosa,

Dessas que agente gostaria de viver de novo,

E sabe que nunca mais poderá;

Lembranças de momentos pequenos e inesquecíveis,

Que apertam o coração e trazem a tal lágrima aos olhos,

só no pensar!

Nesses tropeços que é a vida,

Com certeza lembrarei muito,

Muita gente,

Muitos momentos,

Pequenos enrolos,

Grandes paixões,

Encontros e desencontros,

Amigos...

Mas será que serei lembrada por alguém?

Ou simplesmente passei em branco pela vida de todos com quem cruzei,

Ou simplesmente passei em branco pela vida daqueles que lembrarei?

Será que ajudarei a escrever a história da vida de alguém?

Ou serei apenas uma lembrança ruim, que alguns preferem esquecer?

Será alguém lembrará meus gostos,

Meus defeitos,

Minhas qualidades,

Minha forma de viver e sentir?

Ou será que o que eu vivi foi pouco e o que eu senti...

pura ilusão?

No Elevador do Filho de Deus (Elisa Lucinda)

(Em homenagem a Amelie Poulain...rssss.... fala moça...deu corda, agora ja era...rsss...bjs)

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição.
Bobeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo e me torno moribundo de doer daquele corte do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas dentro das alegrias havidas

Há porradas que não tem saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não
me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressucitada
passaporte sem mala
com destino de nada!

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos
cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos
que já to ficando especialista em renascimento

Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!

Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois ter um produto com maior resistência
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida:
- Não, tava só deprimida.