quarta-feira, 9 de abril de 2008

Cansaço (Antônio Miranda Fernandes)


Cansaço...

Não cansaço de sentir cansaço.

Apenas cançaso.

A descoberta dele.

A sua importância.

A necessidade do abraço amigo

Para a aliviar o cansaço.

Não o oferecido,

Mas o abraço necessário.


Cansaço...

Nos temporais das peixões ilógicas.

Nada do lado de fora.

Não.

Mas aquilo que é semeado

E brota dentro.

Cansaço

Das sensações inúteis e delicadas.

Do amor vendaval por alguém.

Suposto.

Posto na vida.


Não o estresse.

Nada patológico.

Não é isso.

Doença, canseira, fadiga.

Nada disso. Nada lógico.

Cansaço das coisas comuns

Que se fazem eternidade na gente.

Duendes em travessuras

Na usura da alma.

A mesma galinha.

O mesmo ovo.

O mesmo questionamento.

Nada de novo.

Cansaço do cansaço igual.

Profundo cansaço.

Apenas isso.

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